Produção industrial cresce 3,4% até outubro e 5,8% na comparação com ano passado

O município de Pindamonhangaba, conhecido como a capital nacional da reciclagem do alumínio, ganhou reforço em seu parque industrial. A multinacional de alumínio Novelis inaugurou a ampliação da capacidade de produção de sua fábrica de laminados de alumínio na cidade, com investimentos de mais de 300 milhões de dólares. Foto: Edson Lopes Jr./A2 FOTOGRAFIA - 30/07/2013
Produção industrial cresce 3,4% até outubro e 5,8% na comparação com ano passado Foto: Edson Lopes Jr. / Gov. SP

No acumulado de 12 meses, crescimento se dá em 17 das 18 regiões pesquisadas. Na comparação com o período pré-pandemia, nível de atividade subiu 2,6%


Por Agência Gov via IBGE

Na comparação com outubro de 2023, a indústria avançou 5,8% e as taxas positivas foram verificadas em 16 dos 18 locais pesquisados. Já no acumulado em 12 meses houve alta de 3,0%, com 17 dos 18 locais analisados mostrando resultados positivos, enquanto o índice acumulado no ano teve expansão de 3,4%, com resultados positivos em todos os 18 locais observados. A indústria nacional está 2,6% acima do seu nível pré-pandemia.

Os dados de outubro deste ano, captados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, foram divulgados hoje (13) pelo IBGE. A força da produção industrial é confirmada pela pesquisa, apesar de um recuo de 0,2% na comparação com setembro deste ano, em virtude da diminuição de ritmo em quatro dos 15 locais investigados. As maiores quedas foram registradas por Rio Grande do Sul (-1,4%) e Rio de Janeiro (-1,3%).

Maior parque industrial do país, São Paulo avançou 2,0% de setembro para outubro, a maior influência positiva no resultado da indústria nacional. Trata-se da segunda taxa positiva seguida da indústria paulista, acumulando um ganho de 3,1%. "Os setores de veículos automotores; produtos químicos; e máquinas, aparelhos e materiais elétricos foram os que mais influenciaram a dinâmica da indústria do estado. Esse resultado deixa a indústria paulista 3,8% acima do seu patamar pré-pandemia e 19,5% abaixo do seu nível mais alto, alcançado em março de 2011", afirma Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.

No lado das altas, Pará (7,0%), Mato Grosso (4,6%), Paraná (3,7%) e Ceará (3,5%) registraram as taxas mais expressivas. Bernardo Almeida lembra que "a indústria paraense é pouco diversificada, mais concentrada no setor extrativo, justamente o que impulsionou o crescimento da indústria do estado em outubro. Esse bom desempenho acontece depois de três meses de resultados negativos, período no qual houve perda de 7,5%".

O índice de atividade econômica para outubro do Banco Central, também divulgado nesta sexta (13), projeta números semelhantes. No ano, segundo o BC, a alta da atividade econômica brasileira é de 3,7% e, em 12 meses, de 3,4%. Os dados se alinham a projeção que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem feito para 2024.

Produção industrial diminui em quatro dos 15 locais pesquisados em outubro


Indústria cresce em 16 de 18 locais na comparação com 2023

O setor industrial teve alta de 5,8% frente a outubro do ano passado e, regionalmente, 16 dos 18 locais pesquisados acompanharam o resultado positivo. Vale lembrar que outubro de 2024 (23 dias) teve dois dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (21). Os maiores avanços foram registrados por Rio Grande do Norte (25,0%), Pará (12,5%), Santa Catarina (12,2%), Mato Grosso (12,0%) e Paraná (11,3%). Ceará (8,5%) e Mato Grosso do Sul (7,2%) também marcaram taxas positivas mais intensas do que a média nacional (5,8%). São Paulo (5,8%), Minas Gerais (5,4%), Maranhão (5,0%), Amazonas (4,3%), Região Nordeste (4,0%), Rio Grande do Sul (2,7%), Espírito Santo (1,7%), Bahia (1,7%) e Goiás (1,5%) foram os outros locais com avanço na produção em outubro de 2024.

"Assim como ocorreu na passagem de setembro para outubro de 2024, verificamos um espalhamento de resultados positivos nos indicadores interanuais, evidenciando mais uma vez um ganho de ritmo da produção industrial, em termos regionais, quando comparada a 2023", observa Bernardo.

Alta taxa de juros ainda atrapalha

No sentido oposto, Rio de Janeiro (-5,8%) e Pernambuco (-0,7%) foram responsáveis pelas quedas em outubro. No Rio de Janeiro, a explicação para esse desempenho veio, principalmente, da atividade de indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo).

"O desempenho negativo da indústria em outubro, após dois meses de crescimento quando acumulou ganho de 1,2%, está ligado a alguns fatores macroeconômicos. De um lado temos o efeito positivo gerado pelo aquecimento do mercado de trabalho, com expressiva redução do desemprego, e aumento das contratações e do rendimento médio, no consumo das famílias. Além de aumentar a renda familiar, isso beneficia a cadeia produtiva. Por outro lado, a taxa de juros em patamares elevados, encarecendo o crédito, impacta negativamente o consumo das famílias e, no lado da oferta, o investimento na produção industrial. A inflação também vem afetando o poder de compra, provocando redução da demanda e afetando o ritmo de produção da indústria", explica Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.

O destaque de outubro em termos absolutos e segundo lugar em influência negativa, foi o mau desempenho da indústria gaúcha (-1,4%), eliminando parte do avanço de 2,0% registrado no mês anterior. Os setores de produtos do fumo; produtos químicos; e celulose, papel e produtos de papel foram os que mais contribuíram para esse resultado.

Já a maior influência negativa em outubro foi a indústria do Rio de Janeiro (-1,3%), que ocupou o segundo lugar no ranking de maiores recuos na produção industrial, marcando o segundo mês seguido de queda na produção. Nesse período, acumulou redução de 3,0%. Os principais responsáveis para a performance da indústria fluminense foram os setores extrativos e de máquinas e equipamentos.

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional, e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

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